O que causa a Ansiedade? Como é feito o tratamento?
1 de abril de 2019Como emagrecer de forma saudável e sustentável?
23 de julho de 2019“T enho 2 filhos, um menino com 12 anos e uma menina com 8. De forma sintética posso dizer que meu filho veio com a missão de me ensinar a ser mãe e a minha filha veio com a missão de me fazer enxergar o mundo e o ser humano de uma forma completamente diferente.
Minha pequena é a minha fonte de inspiração para escrever este texto. Ela nasceu bem e se desenvolveu bem, até que chegamos aos 2 aninhos de idade e ela não falava; apesar de ter intenção, ela não conseguia formular palavrinhas qualquer, nem mesmo “mãe”.
Apesar dela não falar, ela tinha muita autonomia para realizar tarefas, corria, pulava, dançava e interagia com o mundo. Mas foi essa autonomia que despertou em algumas pessoas que a minha filha poderia ser autista.
Eu nunca romantizei demais a maternidade a ponto de não enxergar os “defeitinhos” dos meus filhos. No caso dela, principalmente. Não demorou muito para que eu começasse a questionar a pediatra que a acompanha desde o nascimento, sobre esse atraso da fala e a possibilidade de autismo. Ela então me orientou a procurar um neuropediatra.
A busca por um diagnóstico
Fizemos uma ressonância do cérebro e todas as estruturas cerebrais estavam normais. Após exame clínico e de imagem, o neurologista encerrou o atendimento da minha filha dizendo que ela estava muito bem e sugeriu que comprássemos para ela um cachorro para estimulá-la!
Procuramos a ajuda de uma fonoaudióloga e iniciamos o tratamento de estimulação. Começamos também a terapia comportamental com uma psicóloga, o que ajudou muito. Mas ainda não havia grandes evoluções quanto a fala.
Me recordo que ela aos 5 anos de idade ainda não conseguia formular frases simples completas e cumprir mais de 2 ordens de comando. Durante todo esse período buscando uma resposta para o caso dela, passamos por psiquiatra, psicólogos, fonoterapeutas e neuropediatra. Até que chegamos à informação de que ela precisava fazer uma avaliação neuropsicológica. E foi aqui que tudo clareou nas nossas vidas.
O início da mudança
Aposto que muitos pais nem imaginam qual a relevância (e a existência) deste tipo de avaliação!
Deixo claro que a avaliação neuropsicológica não é o fim da questão em si, não resolve o problema, mas é a chave que abre a caixa de Pandora!
Dentro desta caixa tem coisas muito boas e coisas assustadoras, mas como mãe é preciso enfrentar essa luta (diária), que é preparar o filho com algum atraso no desenvolvimento, para o mundo, e principalmente aceitar essa realidade com garra e determinação.
Descobrimos enfim que minha filha tem Transtorno do Processamento Auditivo Central associado a Transtorno do Processamento Visual, e estas são certamente barreiras que interferiram diretamente na fala e no processo cognitivo. Impedem que ela tenha noção de conceitos abstratos, como o duplo sentido de piadas; dificuldade com números e contas simples de soma e subtração; dificuldade para ler e compreender o sentido das palavras; atraso na pronúncia de palavras, principalmente aquelas com som de “r”; grande dificuldade para escrever na linha e fazer letra cursiva; falta de memória; déficit de atenção; dificuldade em discernir ruídos, como se fosse sensível a barulho… enfim, elementos essenciais que interferem o desenvolvimento escolar.
As primeiras dificuldades
Ela conseguiu ser alfabetizada conforme o esperado para o 1º ano, porém quando migrou para a 2ª série, essas dificuldades associadas à uma escola com total falta de preparo técnico acabaram gerando a exclusão social da minha filha. Ela passava os intervalos assistindo TV junto com as coordenadoras, que achavam mais fácil distraí-la com desenho animado do que desempenhar a tarefa de socialização junto aos demais amiguinhos da sala de aula.
Neste ponto retorno ao início deste texto para explicar a missão da minha filha: me fazer enxergar que o mundo de outra forma. Me deparei com questões difíceis de digerir, como a exclusão social escolar, e quando o médico me disse que poderíamos “interditá-la” com 18 anos…bem, eu sou advogada, entendi o que juridicamente o que ele havia me dito: uma jovem sem noção de seus direitos e sem condições de gerir a sua vida.
Apesar da perspectiva negativa do médico, e da malfadada atuação da escola, eu não acreditei nisso. E fui buscando estimular a minha pequena em todos os sentidos possíveis e imagináveis, buscando auxílio de profissionais. Meu marido e eu optamos por trocá-la de escola ainda no 1º semestre de 2018, após a sugestão da neuropsicóloga que a acompanha. A matriculamos numa escola pequena do bairro, que topou prontamente assumir o trabalho de socialização associado ao seu desenvolvimento pedagógico e nos ofertou o auxílio individualizado em sala de aula, com a presença de uma tutora.
Novo Tratamento
Depois de alguns atropelos com terapeutas e escola, os quais geraram cansaço e perda financeira, a neuropsicóloga que vinha trabalhando com minha filha resolveu nos encaminhar para a sua professora – Dra. Luciana, a profissional que poderia enfim definir com clareza o grau desses transtornos (auditivo e visual) e trabalhar na sua reabilitação.
A Dra. Luciana é uma excelente profissional com formação em fonoaudiologia e aperfeiçoamento em tantas outras áreas ligadas ao desenvolvimento neurológico. Hoje, não encontro palavras para agradecer todo o trabalho dela, não apenas para a nossa família, mas para o MUNDO!
Graças a Dra. Luciana, aprendi que a melhor das teorias: o limite só existe quando a gente cria!
Depois que a minha pequena começou a reabilitação neurológica tanto na área do processamento visual quanto na parte auditiva, associado ao trabalho de fonoaudiologia intenso voltado à correção da fala, temos em casa outra criança. Até então eu sentia que tinha um “bebê” de 4 anos na 2ª série.
A importância da reabilitação neurológica
Atualmente minha filha está com 8 anos e 9 meses, e muitas coisas mudaram. Ela está refazendo 2º ano. Graças ao trabalho “multifacetado” que a Dra. Luciana vem desenvolvendo, minha filha está lendo e interpretando com clareza textos adequados à sua idade escolar, o que representa imenso desenvolvimento do processamento visual. Ela consegue prestar atenção na aula, mas ainda com o auxílio da tutora, tendo em vista que o processamento auditivo ainda está em desenvolvimento e ela precisa deste tipo de ajuda para copiar as tarefas que a professora passa na lousa e também porque ela demora mais para compreender e assimilar todas as informações na mesma velocidade que as demais crianças da sala.
Socialmente ela está bem integrada, interage com os amigos da turma e com alunos das outras séries. Esse fator é muito importante, porque o desenvolvimento do ser humano não é apenas cognitivo, mas também social.
Uma explosão de sentimentos
Estou muito feliz com toda essa evolução e esse trabalho que vem sendo desenvolvido. Sei que não será breve e não é fácil, porque exige que a terapia seja reforçada em casa também; muitas vezes chego cansada da rotina do trabalho no escritório e dos afazeres domésticos, e ela nem sempre está disposta a realizar as tarefas, mas sei que a minha participação sob orientação da Dra. Luciana é de grande valia para que ela chegue enfim aos 18 anos e possa ser independente e capaz de exercer seus direitos.
Enfim, ser mãe é muito bom, ainda mais quando nos é dada a chance de aprender a enxergar o mundo de outra forma, despida de pudores e conceitos pré-estabelecidos; entender de uma vez por todas que somos diferentes nas nossas características, mas somos detentores dos mesmos direitos, e que a inclusão não é apenas ser gentil, mas sim tornar possível que todos possam desenvolver as suas capacidades.”
Tratamento de reabilitação neurológica na Procogni
Certamente você pode querer saber mais sobre a Neuropsicologia e a Reabilitação Neuropsicológica. Veja também esse Paciente com Síndrome de Down lendo sílabas!
A Procogni e o Núcleo de Atenção possuem os tratamentos adequados para ajudar nos mais diversos casos! Entre em contato conosco para marcar sua consulta e conheça nossa clínica em São Paulo, no Alto de Pinheiros.