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15 de setembro de 2021Por Dr Marcionilo Laranjeiras, psiquiatra,
Mestre pela USP
As taxas de Depressão e suicídio tem aumentado a cada ano no mundo. Perder alguém por suicídio é uma das maiores tragédias para uma família. Além disso, conviver com alguém com Depressão e risco de suicídio é um grande desafio. Poderemos nos sentir assustados, culpados, impotentes e desamparados. Por isso, este guia foi desenhado em 8 passos para ajudar familiares a tomar ações eficazes para prevenir suicídio de seus entes queridos.
PASSO 1: Pergunte ao Psiquiatra qual o Risco de Suicídio do seu Familiar.
Quando alguém na família está em crise de depressão, sua primeira tarefa é conhecer o risco de suicídio. Afinal, mesmo convivendo há muito tempo com a pessoa, o comportamento suicida é imprevisível. Portanto, apenas um psiquiatra está habilitado para avaliar e orientar sobre isto. Eles são médicos especializados em saúde mental e capacitados no manejo do risco de suicídio. Então, acompanhe seu familiar em consulta, garanta que você sairá da consulta ciente dos riscos de suicídio e que poderá fazer contato se necessitar.
PASSO 2: Monte uma “Equipe de Contenção Domiciliar”.
Ajudar uma pessoa em uma crise suicida é um esforço de equipe. Portanto, conte com a ajuda de familiares e amigos. Pergunte-lhes como podem ajudá-lo. Faça uma lista das pessoas que estarão dispostas a cooperar e compartilhe com elas o contato do psiquiatra. Por fim, encaminhe este guia e combine as ações sugeridas. Mas, deixe claro que ninguém é especializado no tema e a necessidade de orientação do psiquiatra é a regra.
PASSO 3: Execute Ações Imediatamente se Houver Riscos Significativos.
Haverá momentos em que seu familiar terá um risco maior de tentar o suicídio. Por isso, fique atento ao observar: piora dos sintomas de depressão, aumento do isolamento social, se houver comunicações suicidas orais ou escritas, buscas ativas de meios de suicídio na internet ou no ambiente domiciliar, tendências a sair de casa sem destino etc. Nestes momentos, você e seus familiares precisarão executar AÇÕES IMEDIATAS:
- Faça contato com o psiquiatra e peça orientação;
- Permaneça calmo;
- Conte com outros da sua “equipe de contenção familiar” para vigilância 24 horas;
- Se houver alguma chance de alguém se machucar, retire crianças e idosos frágeis do ambiente;
- Se possível, remova itens que a pessoa possa utilizar em uma tentativa de suicídio.
Se o psiquiatra avaliar que o risco é pequeno, reduza o seu nível de prontidão. No entanto, observe se o seu familiar está mantendo o tratamento e as condutas prescritas.
PASSO 4: Transporte a Pessoa com Segurança.
Se o psiquiatra assistente julgar que seu familiar está com um alto risco de suicídio (ou tentou suicídio), ele precisa ser transportado numa ambulância com enfermagem treinada para um pronto-atendimento. Frequentemente essa remoção será realizada contra a vontade do paciente, mas o psiquiatra orientará o processo e fará contato com a equipe de transportes. Além disso, se necessitar, ele fará um encaminhamento por escrito para o psiquiatra plantonista que receberá o paciente. Por fim, evite transportar alguém por conta própria em carro particular.
PASSO 5: Conheça o Tratamento Hospitalar.
O paciente com alto risco de suicídio necessitará de hospitalização, onde o seu familiar será protegido pela equipe de saúde mental. Você e seu familiar farão entrevistas com a equipe buscando informações diagnósticas, sobre tratamentos prévios e fatores de risco. Seu familiar receberá cuidados intensivos, vigilância ao comportamento suicida, manejo de fatores de risco e sintomas mentais, psicotrópicos e terapias.
PASSO 6: Participe do Plano de Tratamento.
Durante a hospitalização, a equipe de saúde mental trabalhará com seu familiar para criar um plano de tratamento individualizado e você participará de reuniões para atingir esses objetivos. Podem se concentrar nos fatores desencadeantes da crise do paciente e serão adaptados a cada pessoa. Também envolverá o manejo de problemas de saúde física, relacionamento, ocupacional ou financeiro. É necessário incluir membros da família neste plano.
PASSO 7: Participe do Plano de Alta.
Logo que o paciente apresenta melhora dos sintomas e do risco de suicídio, a equipe elabora um Plano de Alta. Profissionais de saúde mental decidirão se o seu familiar poderá ir para tratamento parcial, dia ou noite. Eles escolherão a configuração que melhor atenda às necessidades de segurança do paciente. O acompanhamento também poderá ser feito via programa intensivo ambulatorial, se disponível. Certos tipos de terapias e medicamentos são perfeitamente administrados fora do hospital. Este processo progressivo de “desospitalização” permite que os familiares observem a resposta do paciente ao tratamento em “vida real”. A participação da Equipe Familiar de Contenção e do psiquiatra que vai acompanhar o paciente no ambulatório é crucial.
PASSO 8. Ajude seu Familiar nas Transições de Tratamento.
A transição entre o hospital e o ambulatório são momentos de preocupação com o suicídio, pois aos poucos o paciente retornará à “vida real” e precisará lidar com problemas de convivência, retorno ao trabalho, à escola. A família, paciente e equipe devem trabalhar na criação de um Plano de Segurança com os seguintes pontos:
- Sinais de alerta individuais que podem sinalizar um aumento nos pensamentos de suicídio;
- Atividades, apoios sociais e/ou membros da família que podem ajudar a distraí-lo dos pensamentos de suicídio e se concentrar nas razões para viver;
- Pessoas a quem o paciente poderá solicitar ajuda imediatamente;
- Profissionais a quem o paciente poderá pedir ajuda em caso de urgência;
- Medidas a serem tomadas para manter o ambiente seguro e limitar quaisquer meios para a autoagressão.
Por isso, é importante checar todos os pontos com seu familiar. Você pode trabalhar em conjunto para ajudá-los a colocar em prática o plano de segurança. Se certifique de quem está incluído no plano e qual é o papel de cada um.
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